A DIFÍCIL ARTE DO CASAMENTO
Texto de Mário Giudicelli
( PRIMEIRA PARTE )
(A segunda parte segue no próximo número deste jornal)
Uma das muito curiosas características que observei ao visitar o Brasil depois de mais de 40 anos vivendo nos Estados Unidos pode mais ou menos ser explicada da seguinte maneira: uma pessoa compra uma máquina de cozer, mas nunca pensa em ler o livro de instruções. Se eu compro um brinquedo de montar para meu filho, jamais penso em ler as iguais explicações para sua montagem correta. Em outras palavras, a maioria das pessoas acha que “é fácil, dar um jeito”. O resultado é que, com frequência, carros, os brinquedos ou aparelhos eletrônicos são mal montados, as cartas de correio são mal endereçadas, os aparelhos funcionam mal e muita gente toma um forte choque elétrico porque não leva a sério o isolamento dos fios.
Esse hábito de fazer coisas sem a preocupação prévia de saber se tenho condições técnicas ou profissionais para tomar determinada providência se aplica em todos os setores da vida brasileira. O público toma remédios, sem se importar em ler a bula e, muito menos ainda, em visitar o médico para saber se não adquiriu a droga errada.
Com base nessa curiosa experiência e comparando o modo de viver do público nos Estados Unidos e sobretudo quando me recordo das severas leis que existem por toda a parte, onde as tomadas elétricas de parede são cuidadosamente montadas com um fio terra extra para proteger o público contra choques mortais, enfim, com todo esse cuidado com as exigências mais ou menos generalizadas ( e quase sempre obrigatórias) de que o público norte-americano seja informado corretamente de como deve proceder, uma das mais espantosas experiências que observo no Brasil é a simplicidade e a facilidade com que as pessoas se casam - e quanto menos instruídas, mais fácil é esse casamento. No entanto, essa relação matrimonial , de tão vital importância na vida dos seres humanos, não apenas se torna demasiado simples de realizar, como aqueles poucos que podem ou poderiam ajudar o público a informar-se sobre a seriedade e a importância desse ato social não são considerados ou consultados, enquanto que são precisamente os menos qualificados que se intrometem num campo para o que nada sabem ou nada entendem. Aqueles poucos que decidem obter conselho em alguma parte, dirigem-se, por exemplo, a padres nas igrejas ou a pregadores de outras religiões, mas ninguém pensa em procurar um sociólogo, um sóciobiologista, um psicanalista ou um profissional formado em medicina. É mais fácil ler um horóscopo, fazer uma boa macumba, ler cartas de tarô, ou qualquer outra vigarice pseudo-científica em vigor hoje em dia, até mesmo entre certas senhoras apresentadoras de programas femininos na televisão.
quinta-feira, 24 de julho de 2008
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3 comentários:
Sr Mario
Em meu blog cito um trabalho seu - www.simeaogomes.blogspot.com/2010/05/aprenda-de-400-palavras-em-ingles-em-1.html
Temos um amigo em comum, o Dr Homero Simões Lopes Jr - hsljunior@terra.com.br que ficou muito contente em ver seu nome nessa postagem.
Abs - Simeão
Senhor Mario concordei com basicamente tudo com que escreveste pelo menos na essência geral do sentido do texto que aspectos individuais na personalidade da grande massa em sua maioria de baixo grau instrutivo reduz a produtividade geral de uma nação.
Porem o senhor não poderia deixar em branco também o fato que os Americanos -em menos escala é claro- façam tantas idiotices que os Brasileiros.
Por acaso já assistiu COPS na TruTV?
Um cidadão podendo ganhar no mínimo 1.500 dólares por mês fugir da polícia por causa que não renovou a CNH porque não tinha 60 dólares?
E não poucos são os casos do mesmo e parecidos também inclusive alguns infinitamente mais idiotas como uma mulher que ligou pra emergência porque estava se sentindo carente o pior de tudo que não era trote a mulher realmente estava desequilibrada! Foi condenada a dois anos. Nesse ponto eu acho que a privação de liberdade não deveria ser aplicada ou será que é porque os Americanos não se comportam tanto assim?
Poderia citar tantos outros programas do mesmo nível de superficialidade como "Festa no Hollywood Hotel" que em vez de favelas com mulheres dançando funk são loiras fazendo algumas "poses e gestos" tão obscenos como tal.
A conclusão que eu chego é que não existe como generalizar dois países tão grandes como o Brasil e os Estados Unidos.
Citando uma observação final:No COPS aparece muita ocorrência relacionado a violência familiar mesmo que ela se limite a tapinhas e gritos. A questão que a classe social que aparece no COPS não é a de ocorrência no Brasil. E muitos desses cidadãos não fazem a miníma ideia que vão ser detidos e presos por terem se agredido prova que muitos(a maioria que eu vi) não conhecem leis básicas de convívio familiar e social.
Mario Giudicelli
Permita-me cumprimentá-lo depois de 40 anos sem vê-lo ou falar contigo.
Suboficial Guerra FAB.
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